Após 24 anos de trajetória no PSDB, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, oficializou nesta sexta-feira (9) sua filiação ao PSD, durante evento realizado na sede do partido, em São Paulo. Com a mudança, Leite assume também a presidência estadual da legenda no RS e a a ser cogitado como pré-candidato à Presidência da República em 2026. 6s426e
A filiação contou com a presença do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que destacou o nome de Leite como uma das apostas do partido para o próximo pleito presidencial. Leite afirmou estar pronto para liderar um projeto nacional que supere a polarização política, mas destacou que a definição de candidaturas deve vir depois da consolidação de um projeto sólido.
“Me proponho a ajudar a construir esse projeto e, se for o entendimento, também a liderá-lo com responsabilidade. Tenho disposição e vontade”, declarou Leite, que reforçou seu desejo de permanecer por muitos anos na nova legenda.
A mudança de sigla ocorre em meio à indefinição sobre a fusão entre PSDB e Podemos, além da busca de Leite por maior viabilidade política. Apesar de o PSDB tê-lo tratado como nome natural para 2026, o governador optou por um partido com maior estrutura nacional.
No PSD, porém, ele pode enfrentar obstáculos internos. O governador do Paraná, Ratinho Junior, também é cotado como presidenciável, e Kassab mantém relações políticas próximas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), outro nome cogitado para o Planalto.
Leite afirmou que respeita os demais possíveis concorrentes, como Ratinho Jr. e Tarcísio, e que a decisão sobre candidaturas deve respeitar o momento político e a viabilidade de cada nome. Ele também não descartou a possibilidade de disputar o Senado, caso não seja o escolhido para liderar o projeto presidencial do PSD.
Além de Leite, o PSD também recebeu recentemente a filiação da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, que deixou o PSDB. Com isso, o partido tucano a a contar com apenas um governador, Eduardo Riedel, de Mato Grosso do Sul, que também avalia mudar de sigla.
Leite foi prefeito de Pelotas pelo PSDB e se elegeu governador do RS em 2018, sendo reeleito em 2022. Em nota, ao anunciar sua saída do partido, ele afirmou que a decisão foi difícil, mas necessária diante das novas exigências do cenário político nacional e estadual.
Leia abaixo a nota de disfiliação de Eduardo Leite do PSDB: 7o4r
Nota aos Tucanos e à Sociedade Brasileira
“Depois de 24 anos de filiação ininterrupta ao PSDB — meu único partido até aqui — comunico, com o coração cheio de gratidão, minha desfiliação da legenda.
Não foi uma decisão simples. O PSDB me acolheu ainda jovem, me formou politicamente e me proporcionou viver experiências únicas, que levo comigo com orgulho e responsabilidade. Foi neste partido que aprendi a fazer política com seriedade, com responsabilidade fiscal, sensibilidade social e foco na transformação concreta da vida das pessoas — especialmente daquelas que mais precisam do poder público.
Ao longo dessas mais de duas décadas, estive ao lado de tucanos e tucanas com quem compartilhei sonhos, projetos e lutas. Aprendi com grandes lideranças, e me inspiro até hoje no exemplo de estadistas como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, cuja visão moderna de gestão pública e compromisso com a democracia marcaram profundamente a minha formação e a minha atuação política.
Minha saída não é um rompimento com esses valores. Ao contrário, sigo guiado por eles.
As circunstâncias do cenário político e eleitoral, tanto no Rio Grande do Sul quanto no Brasil, exigem novos caminhos. Caminhos que percorro com a mesma convicção de sempre: a de trabalhar por um país mais justo, mais eficiente, mais equilibrado e mais comprometido com o futuro.
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