Tradição, forró, cores e empreendedorismo. Uma festa grandiosa, que vai além do arrasta pé, do colorido dos balões, e que atrai turistas, gera negócios e impulsiona a economia. O Maior São João do Mundo em Campina Grande, no Agreste da Paraíba, não é apenas forró e comidas típicas. 1i3f1g
Ao som da sanfona, do triângulo e da zabumba, a festa realizada este ano durante ininterruptos 38 dias e que tem como auge o 23 de junho, transcende o Parque do Povo, e se transformou ao longo dos anos, em uma grande fonte de emprego e renda, que incentiva o empreendedorismo, abre um leque de oportunidades financeiras e movimenta toda uma cadeia produtiva. A economia da cidade gira, antes, durante e após os festejos juninos.
Para 2025, o São João deve movimentar R$ 740 milhões durante os 38 dias de realização, um crescimento de 10%, em relação a festa do ano ado, quando a movimentação financeira ultraou os R$ 673 milhões. Todos os setores lucram com a festa. Alguns segmentos como comércio, transportes, hotelaria, bares e restaurantes tem no São João, uma de suas principais fontes de lucro. E uma infinidade de oportunidades.
Com a expectativa de mais de 3,5 milhões de pessoas circulem por Campina Grande durante o São João, superando os 2,93 milhões de 2024, a festa promete impulsionar ainda mais os negócios na cidade.
O evento também é responsável pela geração de empregos. Somente na montagem da estrutura do Parque do Povo, foram 1.500 postos diretos e indiretos. A expectativa é que este ano, o número de novos empregos formais supere os 928 abertos na edição do ano ado.
A riqueza cultural do evento é um dos fatores que atraiu no ano ado, mais de 80 mil turistas e 245 mil excursionistas, gerando um impacto econômico de mais de R$ 211 milhões, impulsionando assim, a economia da região.
Embora o São João esteja presente em cada canto da cidade, como no Salão do Artesanato, na Vila do Artesão, Vila São João, Feiras Central e da Prata, casas de show e no Distrito de Galante, é no Parque do Povo, epicentro da festa que no mês de junho recebe mais de 3 milhões de turistas, que os negócios surgem e prosperam.
No Parque do Povo, os negócios estão em toda a parte e são eles, que nas noites frias da Rainha da Borborema, aquecem a economia. Os pequenos negócios representam mais de 70% dos empreendimentos instalados no Parque do Povo. São eles, juntamente com os artistas, responsáveis pelo sucesso da festa.
Alguns dos comerciantes, tem na festa a principal fonte de renda, e lucram em um mês, o que ganhariam em um ano de trabalho. É o caso da comerciante Rosângela Lopes, que mantém a sua tradicional barraca no Parque do Povo desde o primeiro ano da festa.
Proprietária da barraca “Caboclo Sonhador” Rosângela Lopes, garante que tradicionalmente, o São João se torna uma espécie de 13º salário no mês de junho. Para abastecer a barraca, e agradar aos turistas na festa, ela investe alto. A barra “Caboclo Sonhador, fica localizada em um ponto estratégico e de grande fluxo de pessoas, bem em frente ao palco principal. Rota inevitável de agem de turistas e forrozeiros, o movimento é sempre grande todas as noites. Para dá conta da procura, ele teve que investir alto, e contatou mais três pessoas.
Somente este ano, gastou mais de R$ 20 mil na compra de mercadorias. Os preparativos começam cedo, desde a logística de compra dos produtos e os compromissos com os fornecedores. A comerciante revelou que, em alguns anos, chegou a recorrer a linhas de crédito para tornar a sua barraca repleta das comidas e bebidas preferidas pelos turistas. Na barraca da empreendedora, os forrozeiros encontram churrascos, cervejas, aperitivos entre outros atrativos da época.
“Sem dúvida é uma festa que movimenta toda economia e atrai muita gente. Eu participo do São João de Campina Grande desde a primeira edição. Eu vi essa festa nascer e desde o começo sempre foi uma fonte de renda” disse Rosângela
Rosângela garante que com o lucro da festa, já conseguiu reformar a sua casa, e realizar alguns sonhos. Ela revelou que todos os anos, quando o som da sanfona, do triângulo e da zabumba, silenciam, ela faz os cálculos do lucro, e decide onde investir. Praticamente, todos os anos, ela consegue com a renda conquistada nos festejos juninos, trocar a sua moto.
Em média, segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Campina Grande, o aumento no faturamento dos comerciantes nos festejos juninos fica entre 40% e 80%, com uma média de renda mensal que varia de R$ 20 mil a R$ 80 mil, para os empreendedores.
PBAgora